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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

RELIGIÃO UMBANDA

A UMBANDA COMO ELA É! 

Orixás Regentes de 2012

O ano que se aproxima terá como principais Orixás regentes, Oxalá e Oxum que abrirão 2012. No entanto, tratando-se de um período regido pela Lua, é um ano feminino espiritualmente, por isso, todas as Iabás influenciarão os próximos meses.


Iemanjá, Iansã e Nanã Buruquê serão energias circundantes e cooperativas dos Orixás principais e acompanharão todos os processos espirituais iniciados do dia 1º de Janeiro a 31 de Dezembro de 2012.

Oxalá é o pai de todos os Orixás, ele oferece ajuda a todos nos momentos de dificuldade. Possui uma capacidade incrível de argumentação, além de muita simpatia. Destaca-se, ainda, por sua inteligência e por seu forte poder de auxiliar as pessoas quando necessitam. Segundo a cultura afro-brasileira, é o primeiro Orixá e também o responsável pela criação da vida na terra.

Sendo assim, o ano que se inicia vem trazendo paz com a promessa de novos tempos, com uma grande limpeza na Terra. Portanto, temos que vibrar fortemente em Oxalá para a concretização de um mundo novo e o começo de uma nova era, de mais paz e consciência, da percepção de valores humanos e do cuidado e amor á humanidade.

Oxum favorece o comando das mulheres, assim como a fertilidade, e ajuda aquelas que desejam um filho. Será um ano de muitos nascimentos, não somente de seres, mas também de grandes projetos pacificadores que, no entanto, devem ser estudados e cuidados com bastante atenção para que possam prosperar.

Em um ano em que o planeta regente é a Lua, as águas têm forte influência e, é nesse ponto que as Iabás energizarão com maior intensidade. Não se deve esquecer que as águas são instáveis, com momentos tranqüilos e outros vigorosos; com fartura imensa ou grande escassez. O segundo semestre promete ser um período de maior intranqüilidade quanto à esse pormenor: chuvas, tempestades,enchentes e grandes tragédias podem ocorrer, relacionadas às forças das águas. Vibremos, pois na paz e segurança de Oxalá e firmemos com fé em todas as Iabás, pedindo clemência por todos os povos.

sábado, 23 de julho de 2011

Nanã Buruquê - 26 de Julho

Meus amigos e irmãos, estou afastado do Blog por motivo de saúde. Estou passando por um sério problema de visão, o que me impede de ficar diante do computador. No entanto, esta semana, comemoramos a dia de Nanã Buruquê e eu não poderia deixar de postar aqui minha homenagem, juntamente com meu pedido à divina orixá, de que logo possa estar de volta dividindo o pouco que sei com todos vocês. Axé!

PRECE Á NANÃ BURUQUÊ  

Mãe Sagrada, mãe Divina,
Protetora da Umbanda, protetora dos lares.
Senhora das águas opulentas, deusa das chuvas benévolas
Mãe da sabedoria e paciência.
Caminha conosco, Mãe Nanã,
Ensinando-nos a caminhar
Passo a passo, dia a dia, sem pular etapas
Em nossa pressa incontida.
Abençoe os nossos corações,
Nossa cabeça, nosso espírito e nosso corpo.
Que os poderes dados por Zambi
Somente à Senhora das Senhoras,
Sejam caridosos e benevolentes,
E nos escondam de nossos inimigos
Ocultos e poderosos.
Saluba Nanã!
Salve o teu poder, salve a tua calma,
Salve o teu passo sereno e a limpidez dos teus lagos!
Salve o mistério supremo dos teus silêncios!
Aquieta os corações dos teus filhos
Que andam tristes e aflitos,
Ensinando-nos a paciência,
De buscar a perseverança
Sabendo esperar a luz benfazeja do amanhã.
Estende sobre nós
Teu manto sagrado de água e terra
Recolhendo todas as impurezas;
As angústias e tristezas;
Purifica e transmuta nossos sentimentos
E os mais íntimos pensamentos
Que teimam em se esconder da razão,
Criando pântanos escuros em nosso coração.
Que as tuas águas calmas
Lavem mesmo a nossa alma,
Assim como o querer mais escondido;
E decantem tudo o que não seja da luz,
Despertando todos os aflitos.
Leva-nos de volta ao caminho do Pai Criador
Com o teu poder divino e transformador,
Para que todos sintam e saibam
Da pureza e encanto do teu amor.

Saluba Nanã Buruquê! 
 
 
 

O santo de cabeça na Umbanda

Como se determina o santo de cabeça na Umbanda?


Essa pergunta é sempre feita quando dizemos que a Umbanda não utiliza os búzios. No Candomblé não há como definir o orixá de cabeça de uma pessoa se não for através desse oráculo e isso causa muitas dúvidas para quem não pertence ao meio umbandista.

Conheço médiuns experientes que recorreram a zeladores do Candomblé para que sua coroa dada na Umbanda fosse confirmada. É claro que não entrarei nesse mérito, pois cada um sabe onde o calo lhe aperta, mas não concordo com essa postura. Sou de Umbanda e aceito o que ela me dá!

No padrão umbandista há uma série de procedimentos para se chegar à definição do santo de coroa. Em primeiro lugar a data de nascimento; depois as características físicas, a personalidade e a energia emitida pelo médium durante um trabalho. Com esses dados, devidamente percebidos, o dirigente chega ao orixá de frente e pede a confirmação ao guia chefe do terreiro.

Somente a entidade chefe da casa afirmará com certeza se o santo levantado por esses dados está correto. Para isso procede a um trabalho de levantamento energético onde as vibrações emanadas pelo médium são comparadas àquelas do santo que lhe foi atribuído e confirma ou não se elas se coadunam. Dificilmente o dirigente erra, pois a percepção das energias se torna corriqueira no andamento dos trabalhos, mas a confirmação da entidade chefe é fundamental para maior segurança do médium.

Basicamente é esse o procedimento. Não poderia entrar em maiores detalhes, pois cada guia chefe tem a sua própria maneira de verificar e concluir esse levantamento, mas posso garantir que essa forma é a mais freqüente dentro dos terreiros que não fazem uso dos búzios.

 

As cores dos orixás e entidades

As cores são definidas e manipuladas pelas entidades de acordo com a energia do orixá em seu plano de atuação. Nem todos os terreiros seguem a forma exposta abaixo, por trabalharem com cores diferentes para cada linha, mas a idéia principal de uso passa por esses campos. Os dirigentes devem sempre explicar para seus filhos a razão da escolha feita para que não tenham a impressão de estar fazendo algo errado quando se depararem com casas que usam as cores de forma diferente das quais aprenderam.


Os fundamentos básicos para o uso de determinada cor seguem a linha e forma de atuação de cada orixá utilizando suas formas de trabalho, classificadas da seguinte maneira:

Oxalá / Branca - A união de todas as cores e vertentes direcionadas a ele. Todas as linhas podem utilizá-la
para garantir um bom efeito em suas oferendas. Simboliza a paz e traduz o caráter respeitoso na representação desse orixá.

Iemanjá / Azul clara - Representando as águas do mar e a limpidez de suas atribuições nos pedidos e oferendas a ela consagrados.

Oxum / Azul escura - Representando as águas doces e profundas. Direciona para o sentimento da doçura materna e tem certa tendência a lembrar os segredos inconfessos.

Oxóssi / Verde - Contempla a irradiação da mata em seu todo. Dá-se preferência a tonalidade escura, pois o que se busca com essa coloração é o contato com a energia central da mata em seu âmago.

Ossãe / Verde-clara - Irradia o trabalho feito por esse orixá em todas as folhas da natureza. Essa matiz dá a impressão do espaço aéreo da mata, onde todas as dores e doenças são tratadas e faz com que a área de atuação não se confunda com a de Oxóssi.

Ogum / Vermelha - A cor apropriada para um orixá de guerrilhas, pois representa a paixão e o fervor de suas lutas. Procura-se através dela a vibração energética da vitória, símbolo de sua atuação.

Xangô / Marrom ou cinza - Devido à sua atuação junto a terra e pedras. A busca da justiça em cores mornas, mas fortes, traduzindo em suas matizes a racionalidade desse orixá.

Preto-velho/ Branca e preta - Simbolizando os caminhos percorridos por essas entidades em campos astrais superiores e inferiores. A eterna divisão vida/morte, representada de forma poética lembrando nossa condição terrena.

Ibeji / Rosa e azul - O inicio da inocência pela cor das crianças na representação da menina e do menino. A pureza da lei demonstrada em tons suaves que aludem à infância.

Iansã / Amarela - Simbolizando a cor dos raios nas tempestades. A pujança da cor faz uma alusão clara ao temperamento explosivo e liberto da grande guerreira.

Nanã-Buruquê / Lilás ou roxa - Cor predominante da perseverança espiritual. Lembra-nos da morte quando voltaremos para a lama da qual fomos feitos e à qual Nanã é sempre ligada.

Obaluaiê / Roxa ou laranja - O roxo da perseverança espiritual aliado ao alaranjado do apagar de uma luz, representando as lutas, nem sempre ganhas, contra a peste e a morte.

Exu / Preta e vermelha - Onde o negro representa as faixas densas de trabalho utilizadas por essa linha, o rubro como marca da paixão e vivacidade. Deixa clara a duplicidade de energias despendidas por essa linha.

 

Ossãe - Dono das folhas, Senhor da Cura

Ossãe era o senhor das folhas, através delas conhecia o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os Orixás recorriam a ele para curar qualquer moléstia. Sempre iam à casa de Ossãe oferecer seus sacrifícios. Em troca recebiam preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas e beberagens de todo o tipo. Não havia o que Ossãe não curasse. Curava dores, feridas e sangramentos; inchaços e fraturas; febres e órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males.


Um dia Xangô, o deus da justiça, julgou que todos os Orixás deveriam compartilhar o poder de Ossãe, conhecendo o segredo das ervas e adquirindo o dom da cura. Sentenciou que as folhas de Ossãe fossem divididas com os outros Orixás, já que todos delas precisavam e não podiam ficar a mercê de seus mistérios. Ossãe, revoltado, negou-se a fazer a divisão, embrenhou-se na floresta e não mais falou com ninguém. Xangô, que odiava ser contrariado, ordenou que Iansã soltasse o vento para buscar todas as folhas das matas que ele mesmo distribuiria entre os Orixás. Atendendo à determinação, Iansã gerou uma enorme ventania que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio real. Ao perceber o que estava acontecendo, Ossãe saiu de seu esconderijo e gritou: - "Euê Uassá!", era uma ordem às folhas para que voltassem às matas, ao que elas imediatamente obedeceram. Quase todas as folhas retornaram aos seus lugares. Mas, as que já estavam em poder do rei perderam o poder da cura. Xangô, que era absolutamente justo, admitiu a vitória de Ossãe. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo dele e que assim devia permanecer.

Apesar do acontecido, Ossãe cedeu uma folha para cada Orixá, acompanhada de seus axés e efós, que são as cantigas mágicas e encantadas, sem as quais nenhuma folha funciona. Fez isso para que os Orixás não mais o invejassem. Eles também podiam realizar curas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si. Ossãe não conta seus segredos para ninguém. Os Orixás ficaram gratos a ele e nunca deixam de reverenciá-lo ao fazerem uso de qualquer folha.

Ervas dos Orixás

Que tal conhecer algumas ervas utilizadas em nosso culto? Compus este ponto especialmente para acompanhar este pequeno vídeo. Espero que gostem! Axé!



Conhecendo Iemanjá em 20 ítens

1. Filha de Olokum, deus dos mares (em algumas lendas Olokum é uma deusa);



2. Seu nome deriva da expressão “Yéyé omo ejá” que significa “Mãe cujos filhos são peixes”;


3. Conhecida também como: Dona Janaina. Inaê, Princesa de Aiocá, mãe dos peixes, etc.;


4. Senhora de toda a água salgada do mundo, que representa o choro das mães pelas vidas de seus filhos;


5. Dos seus seios correm todos os mares que fertilizam a terra;


6. Mãe de todos os Orixás;


7. Mãe de todas as coroas na Umbanda unindo-se a Oxalá;


8. Junta-se a Oxalá para complementar o Principio Gerador Feminino;


9. Protetora da gravidez, até o momento em que apara o bebê em seu nascimento;


10. Protetora dos pescadores e jangadeiros;


11. Regente dos lares e protetora das famílias;


12. Benevolente e preocupada com o bem estar de todos;


13. Sincretizada com Nossa Sra. Da Conceição e Nossa Sra. Dos Navegantes;


14. Suas cores são o azul claro ou o branco translúcido;


15. Tem um caráter tolerante de aceitação e carinho;


16. Age sobre o psiquismo e o sistema nervoso;


17. Rege todas as reuniões familiares preservando o sentido de grupo;


18. Invocada para trazer prosperidade e abundância;


19. Recebe variados tipos de flores brancas;


20. Sua saudação é: Odo Iyá Iemanjá! Odo Fiabá!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Iemanjá Lê nos Búzios

Houve um tempo em que Iemanjá e Orunmilá foram casados. Ele era um grande adivinho e com seus dotes sabia interpretar todos os segredos dos búzios. Em uma ocasião Orunmilá teve de viajar e demorou muito para voltar. Iemanjá vendo-se sem dinheiro em casa, resolveu usar o oráculo do marido ausente e passou a atender uma grande clientela. Com isso sua fama correu pelas aldeias e ela fez muito dinheiro.



No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher incrivel de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios. Muito desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Iemanjá, preferindo vigiar, escondido, o grande movimento que ocorria em sua casa.


Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos, Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá, ao que ela respondeu ter feito aquilo para não morrer de fome, mas o marido contrariado não aceitou suas desculpas e a levou perante Olodumare que reiterou: Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo que permite a leitura do destino de todos. Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias que forma e completa a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá pode ler e entender com perfeição a complexidade e as minúcias do destino, no entanto reconheceu que Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia com muitos acertos.


Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples e corriqueiras, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis odus. Iemanjá saiu contente e lisongeada com suas novas atribuições. E toi assim que as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.





terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Saravá Iemanjá!

8 de Dezembro. Dia de louvar Iemanjá mãe de todas as coroas e doce senhora do mar. A ela todo meu carinho, respeito e fé!


PRECE Á IEMANJÁ


Querida mãe, Sereia do mar sagrado,
Enfermeira dos que sofrem, consoladora dos aflitos, conselheira dos angustiados,
Mãe de todos nós! Indigno sou de tua aura luminosa!
Agradeço as tantas graças que me concedes.
Aqui estou para render-lhe minhas homenagens, rainha das águas
E para agradecer por me atender nas horas que recorro a teus poderes.

Divinas graças te dou Senhora dos Oceanos!

Agradeço tuas irradiações milagrosas e por tua proteção constante aos nossos irmãos que sofrem, assim como por distribuíres caridade e amor entre todos os seus filhos.
Curvo-me diante de ti e rogo-lhe: continue dando proteção a teus devotos
Que lhe dedicam amor profundo.
Que tua aura bendita continue protegendo e vibrando bondade.
Dê paz e saúde para aqueles que se ajoelham suplicando aos teus pés.
Dai-nos a tua proteção pura e conforto à nossa alma.
Suplico nesta oração porque creio em teu poder imenso!
Que assim seja, doce Mãe! .

ODOYÁ FIABÁ!



sábado, 17 de julho de 2010

Características dos filhos de Iemanjá

Hoje começarei uma série falando sobre as características dos filhos de cada orixá. Claro que escolhi começar por Iemanjá, a grande mãe de todos. Note-se que na Umbanda não há coroação para filhos de Oxalá, pois em nosso entendimento ele é o pai que está acima de todos, por conseguinte, sempre estará presente em qualquer coroa. Vamos lá:
A filha de Iemanjá tem tendência a ser totalmente maternal. Adora aconselhar e sempre abre os braços para quem precisa de conforto e carinho. Suas portas sempre estão abertas para todos que a procuram. Ou seja, faz o tipo grande mãe. O homem filho desse orixá tem o mesmo temperamento é o que protege e acalenta a quem estiver sob seus cuidados. Geralmente calmos e tranqüilos, são pessoas que perdem a paciência somente nos momentos em que sua família corra qualquer tipo de risco. Aí assumem o lado agressivo dos que defendem os seus.


Gostam do conforto, do luxo, dos perfumes e jóias caras, não fazendo disso sua razão de vida, mas apenas um traço de refinamento que os distingue. São fortes e determinados com uma consciência de amizade muito profunda. Não gostam de viver sozinhos e sentem falta de um ambiente festivo e acolhedor, o que estão sempre à procura.

No quesito defeitos destacam-se: A capacidade de maquinar grandes chantagens emocionais, mas nunca com uma visão distorcida de maldade pura; o ciúme intenso de tudo que possui e a tendência a tentar consertar a vida de todos que os cercam como se todos os destinos estivessem em suas mãos.

Odo Fiabá Iemanjá!

sábado, 16 de janeiro de 2010

A vergonha de Iemanjá


Segundo contam, Iemanjá era filha de Olocum (Deus do Mar). Moça muito bonita, nunca saiu do reino de seu pai, pois tinha muita vergonha do tamanho dos próprios seios.
Um dia conheceu um homem que, encantado com sua beleza, suplicou-lhe que se casasse com ele. Durante muito tempo ela se recusou a sequer pensar no assunto, tinha muito medo de ser humilhada por causa de seu físico. Seu pai, ansioso por casar a bela filha, dava-lhe muitos conselhos insistindo para que ela aceitasse.
Finalmente, reconhecendo que não poderia continuar solteira, acabou por aceitar o consórcio, mas alertou o futuro marido que jamais toleraria nenhum tipo de comentário a respeito de seus volumosos seios. Por alguns anos foram bastante felizes, o homem tudo fazia para agradar a linda esposa.
Como não há bem que não se acabe, a união durou até que, em certa ocasião, o marido, depois de ter tomado vinho a tarde inteira, chegou a casa tropeçando. Iemanjá ficou muito irritada, o chamou de bêbado e disse-lhe que sentia vergonha e se arrependera amargamente de ter se casado com ele, um pária que não sabia respeitar a esposa, e que cobria de lama o lar que construíram. O marido com muita raiva desandou a fazer comentários desairosos sobre os seios dela, rindo e apontando para eles como se fossem absolutamente monstruosos. Isso foi o fim. Tudo que ela temera a vida toda estava acontecendo. Atordoada pelo ódio bateu com violência o pé no chão e, transformando-se num rio tempestuoso, voltou para casa de seu pai Olocum de onde nunca mais saiu. E é de lá, do fundo do mar sagrado, que a bela moça reina absoluta até hoje.

Luiz Carlos Pereira

sábado, 2 de janeiro de 2010

Orixás regentes de 2010


Um novo ano se inicia e com ele os questionamentos de sempre. Quais Orixás regerão esse período? Como sempre faço, fui buscar a informação junto às entidades com as quais tenho contato.


Torna-se necessário dizer que esse levantamento pode ter muitas divergências, pois depende muito da forma de trabalho buscada pelos dirigentes para isso. O Candomblé pode indicar orixás diferentes daqueles que aqui coloco, já que, nessa vertente, é o jogo de búzios quem responde. Os terreiros traçados também vão por esse caminho.

Na Umbanda não fazemos uso desse oráculo. O que não invalida de maneira alguma qualquer informação a respeito. Sabemos que, sendo os Orixás, forças da natureza, energias vibrantes, de uma forma ou de outra sempre estarão agindo em nossas vidas.

Isso posto, informo aqui os regentes deste ano: Oxalá e Iemanjá, pais absolutos de todas as coroas, o que nos leva a crer em uma fase de busca incessante pela paz e harmonia entre todos os povos. Louvemos a ambos, pedindo em nossas orações, que todos os caminhos sejam abertos nessa direção!

Epa Babá Oxalá!

Odô Fiabá Iemanjá!

Luiz Carlos Pereira

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

8 de Dezembro - Dia de Iemanjá?

Desculpem o atraso desta postagem, mas minha semana foi caótica. No entanto, nunca é tarde para derrubar dogmas e explicar claramente essa questão.

O sincretismo que ainda é utilizado tanto na Umbanda como no Candomblé, faz surgirem dúvidas como essa: - Afinal dia 8 de Dezembro é de Iemanjá ou Oxum? – Respondo: - Depende do sincretismo que sua casa adotou.
Vejamos: Em milhares de terreiros em São Paulo, Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição que é louvada no dia 8 de Dezembro. Já em outras regiões, como a Bahia, por exemplo, o sincretismo se faz com Nossa Senhora dos Navegantes, cujos festejos ocorrem no dia 2 de Fevereiro, ou seja, é uma questão de regionalismo sincrético.

Isso muda alguma coisa para nós, integrantes da Umbanda e do Candomblé? Não! Na realidade tanto em um dia como em outro, nossas homenagens são para Iemanjá, a rainha do mar, que nada tem a ver com as santas citadas (que na verdade é apenas uma - Maria, a mãe de Jesus- apesar do plural ). Apenas seguimos o calendário católico para que haja uma data de louvor à grande mãe dos Orixás. Ninguém está errado desde que tenhamos em mente as diferenças existentes entre a Orixá e a Virgem. Louvamos ambas. Porque não?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Iemanjá é salva por Iansã


Exu foi chamado ao reino de Olokun, senhor dos mares, para um trabalho que somente ele poderia realizar. Ao chegar à sala do trono ficou encantado ao conhecer Iemanjá, a filha do rei, que andava pelo salão a procura de uma jóia que tinha perdido. A beleza da moça era indescritível e Exu sentiu o ardor da paixão queimar-lhe o peito. Saiu determinado a cumprir a missão e voltar o quanto antes para pedir a mão da princesa. Nunca ele fora tão rápido no cumprimento de uma tarefa quanto naquela. Em dois dias estava de volta apresentando as provas do sucesso da empreitada. Olokun ficou contentíssimo e ofereceu ao rapaz grandes riquezas, mas este foi inflexível. A ele somente interessava casar-se com Iemanjá. O monarca ficou extremamente irritado com tamanha audácia e mandou que o colocassem para fora de seus domínios. Exu jurou vingança. Nunca ninguém o tinha tratado daquela forma e não engoliria a desfeita tão facilmente. Durante semanas nada mais fez a não ser arquitetar um plano para raptar a princesa. Certa manhã, Iemanjá com um imenso séquito, passeava pelas areias da praia, quando um imenso buraco se abriu a seus pés e a tragou para seu interior. Foi tudo tão rápido que ninguém pode fazer nada. A fenda se fechou como se ali nada jamais houvesse acontecido. Os escravos desesperaram-se, como contar ao rei o sucedido? Certamente seriam mortos sem piedade. Não havia quem não conhecesse a fúria real. Pensando dessa forma todos fugiram e nunca mais apareceram para testemunhar o ocorrido. Enquanto isso nas profundezas da terra Exu desvelava-se em carinho e atenção para ganhar o amor de Iemanjá. Desesperado com o sumiço da filha o velho rei foi procurar um Babalaô que he contou exatamente o que tinha acontecido e o aconselhou a procurar por Iansã, jovem guerreira que nada temia e por sua rara beleza poderia granjear a simpatia de Exu. Iansã foi chamada e prontificou-se a buscar a jovem. Providenciou uma oferenda a Ifá, pedindo proteção e força e partiu para o resgate. Depois de muito andar sentiu sob os pés a quentura que denunciava a presença do seqüestrador. Brandiu sua espada no ar, chamando os raios de seu domínio, e enfiou-a na terra com toda a força. Uma cratera se formou e a guerreira foi descendo lentamente. Logo avistou a bela moça sentada a um canto chorando copiosamente, a seu lado Exu afagava-lhe os longos cabelos fazendo juras de amor eterno.
- Vim buscar a princesa! - Seu tom de voz não deixava dúvidas, viera disposta a tudo.
- Como ousa invadir meu reino e ainda por cima ditar-me ordens? - Exu gritava descontrolado - Minha princesa daqui não sai! - Apontou para os pés de Iansã e um circulo de fogo se formou em torno dela impedindo seu avanço.
- Não discutirei com você, peço a intercessão de Orunmilá, para cumprir a missão para a qual fui incumbida!
Raios começaram a se espalhar por todo o espaço, uma ventania muito forte envolveu o corpo de Iansã, que assim chegou perto da moça que a tudo assistia perplexa. O homem foi jogado contra uma parede atingido pela violência do vento. Um redemoinho as envolveu transportando-as para o reino de Olokun. O mar se abriu dando passagem para o pequeno tufão cavalgado por Iansã. Dos olhos do rei correram lágrimas de alegria e gratidão quando avistou em meio ao tormento o rosto da querida filha. Iemanjá e Iansã tornaram-se amigas pela eternidade. Exu ainda está no interior da terra, algumas vezes chora por uma e pragueja contra a outra. Hoje muitos terreiros cantam que em pleno mar havia duas ventarolas. É a essa história que se referem!

Luiz Carlos Pereira

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Agradecimento


Vagarosamente anda em direção ao mar. Sente a areia molhada afundar sob a pressão de seus passos. A primeira onda, fria, envolve seus pés e arrepia seu corpo inteiro. Não saberia explicar e emoção que a invade enquanto avança . A cada onda que chega, respeitosamente baixa a mão, sente a água e levanta os dedos que fazem o sinal da cruz. Rosana vê a imensidão azul a sua frente através dos olhos marejados. Nunca havia pensado que seria tão grandioso o momento daquela entrega. Tudo havia começado há alguns meses atrás, mais exatamente, onze meses. Chegara ao terreiro de Dona Alzira completamente sem rumo. Depois de passar por uma gravidez cheia de problemas sua filha Sabrina nascera de apenas cinco meses de gestação, estava na incubadora há mais de dois meses e os médicos não lhe davam esperança alguma de vida. Cada vez que visitava o bebê saia mais depressiva. A imagem não era nada agradável e tudo levava a crer que era uma questão de horas apenas. Aconselhada por uma vizinha chegou ao terreiro em um dia de consulta com os preto-velhos. Rosana sempre foi católica, não de ir á missa todo domingo, mas orgulhava-se de estar na igreja pelo menos uma vez no mês, coisa que a grande maioria das pessoas não fazia, mesmo dizendo-se católicos natos. Alzira estava incorporada com Vovò Catarina que a atendeu com carinho e gentileza. Rosana chorou muito, parecia estar em contato com sua avó que falecera há muitos anos e ela nem chegara a conhecer. A preta-velha levou-a até a imagem de Iemanjá e disse : - Fia conte tudo prela. A grande mãe vai te ajudar! Naquele momento, um turbilhão de emoções tomou conta de Rosana e ela aos prantos pediu: - Minha mãe, tire meu bebê do hospital, faça com que ela se salve e eu prometo que levarei um lindo presente para ti! A velha que tudo ouvia falou sabiamente: - Num é perciso oferecer nada fia! Basta fé e confiança. Ela vai te ajudar! Rosana saiu de lá revigorada, parecia que achara o caminho. E foi exatamente o que aconteceu. Uma semana depois o médico responsável chamou-a: - Mãe, sua filha teve uma recuperação milagrosa já podemos mandá-la para casa! Por isso estava alí, na praia, andando em direção ao mar... As lágrimas já não se insinuavam, corriam livremente. Rosana levou as mãos ao pescoço e tirou uma linda corrente de ouro com um pingente de esmeralda que havia ganhado de seu marido. - Mãe Iemanjá, sagrada senhora! Sei que nada quer de mim, mas além do agradecimento que aquece meu coração, desejo que fique com esse mimo. Jogou a corrente na sétima onda que passava por ela nesse instante. Conforme recomendado deu sete passos para trás e virou-se para a praia. Ao longe avistou a querida Vó Catarina com sua pequena Sabrina nos braços. Nesse pequeno instante a felicidade estava em suas mãos...
Luiz Carlos Pereira

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

8 de Dezembro - Iemanjá ou Oxum


Aqui em São Paulo a maioria das casas faz homenagens a rainha do mar pois a sincretizamos com Nsa Sra. da Conceição. Oxum será louvada em Outubro no dia de Nsa Sra. Aparecida. Fica aqui a explicação do porquê há uma certa confusão com a data. Independentemente de nossa vertente, louvemos às mães d'água. Nunca é demais!

ORAÇÂO A IEMANJÁ


Minha Senhora do Reino de Olokum

Minha mãe e sereia das águas

Acolhe meu ser cansado em seus seios de amor e bondade

Minha doce Mãe da Vidaque do leito do rio caminha para o mar

Acolhe meu ser triste em seus seios e tenha piedade de meus atos

Senhora soberana do Reino de Netuno

Senhora majestosa da Poção do Amor

Dádiva divina e eterna do saber

Acolhe minha alma em suas mãos

Senhora-Mãe da Criação

Senhora-Viva da Benção

Que as areias da praia sejam meu solo sagrado

Que "Iya Omo Eja" seja meu mantra de amparo

Senhora-Mãe das 7 Forças

Soberana senhora dos 7 Espíritos

Que se faça cumprir a promessa

De que em seus braços, serei feliz!!!

Luz e paz em nosso caminhar...

Odoyá minha Mãe!!!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

LENDA DE IEMANJÁ

Ao criar o mundo, Olorum definiu os poderes e os trabalhos de cada orixá. Para Iemanjá sobraram apenas as tarefas domésticas da casa de seu esposo Oxalá. Muito chateada por ter sido esquecida por Olorum, desatou a reclamar dia e noite nos ouvidos do marido. Aonde Oxalá ia, Iemanjá ia atrás reclamando em altos brados, durante meses e meses.Tantas foram as queixas de Iemanjá que Oxalá enlouqueceu e já não sabia fazer mais nada, abandonou suas atribuições e ficava a cantarolar músicas sem sentido totalmente alheio do mundo. Diante disso a esposa desesperou-se. Sabia que não seria perdoada por Olorum e o castigo deste seria terrível. O mundo precisava muito da atenção e dos cuidados de seu marido. Arrependida, passou a cuidar do ori do esposo com banhos e muitas comidas, sempre feitos com carinho e amor. O desvelo dela foi tão grande que Oxalá curou-se. Olorum então, reconhecendo o bem que Iemanjá proporcionou a humanidade, deu-lhe o poder de cuidar dos oris de todos os homens da terra. Assim ela passou a ser a dona de todas as cabeças e a receber sacrificios como todos os outros orixás.


Luiz Carlos Pereira

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